“É difícil” analisar eficácia dos custos do combate ao branqueamento, alerta investigadora

Hanna Deleanu, da Universidade de Utrecht, esteve na 2.ª conferência internacional sobre prevenção e deteção do branqueamento promovida pelo OPCR – Observatório Português de Compliance e Regulatório. As estatísticas “não nos dizem se o dinheiro está a ser bem gasto ou não”, defende. O OPCR reuniu-se pela segunda vez para debater a prevenção e a deteção do branqueamento de capitais, numa conferência que contou com o Jornal Económico como media partner. No painel dedicado aos custos do combate a estas práticas, a investigadora Hanna Deleanu, da Universidade de Utrecht, afirmou que “é muito difícil quantificar a eficácia e perceber o que acontece”, uma vez que há dados em falta e padrões de análise e metodologias diferentes. A especialista da universidade holandesa tem trabalhado na análise da eficiência das políticas de combate ao branqueamento implementadas pelos países europeus durante os últimos anos. Deslocou-se ao Iscte para a conferência do OPCR para perguntar à audiência: “os custos são justificáveis?”. A seu ver, as estatísticas presentes nos relatórios desta indústria não estão centralizadas e não apresentam uma visão holística, o que acaba por impedir que se faça uma boa comparação. “Não nos dizem se o dinheiro está a ser bem gasto ou não (…). Há riscos em focar a atenção no dinheiro que se está a gastar em vez de na sua eficiência”, explicou. Para resolver o problema, Hanna Deleanu salientou que se pode utilizar a experiência empírica e testar o sistema de captura aos “bad guys”. A perita internacional aproveitou a viagem a Lisboa para lançar outras sugestões: integrar e sincronizar bases de dados em tempo real, aproveitando as oportunidades como, por exemplo, o blockchain, e estandardizar a conversão da suspeição em ações e provas.